Nome Original: Shutter
Island
Edição/Número de
páginas: A Ilha do Medo (Companhia das Letras)/339 páginas
Gênero: Ficção Policial/Psicológico
Level: Best-Seller
Origem: Estados Unidos
Ano: 2003
Sinopse:
Os xerifes Teddy Daniels e Chuck Aule embarcam para Shutter Island e ao
Hospital Psiquiátrico Ashecliff para investigar a misteriosa fuga de uma
paciente, Rachel Solando, que não deixou nenhum rastro. Ao longo da busca,
Teddy e Chuck começam a suspeitar que não estão em qualquer hospital do gênero
e que algo está errado desde os médicos até prováveis rumores de que cirurgias
psiquiátricas e experimentais são feitas nos internos. A esperança é de saírem
daquela ilha ainda vivos.
Produção:
Dennis Lehane se inspirou em vários hospitais mentais semelhantes ao ficcional
Ashecliff e requereu inúmeros tipos de casos. A produção de “Paciente 67”
demorou, mas incluiu temas acima de um simples caso policial, como por exemplo,
a psiquiatria, utilização de leurolepticos e o estudo de internos. Em 2010,
Martin Scorsese adaptou a história para filme com o mesmo título em inglês, mas
como “A Ilha do Medo” em português, com Leonardo DiCaprio e Mark Ruffalo no
elenco.
Um ponto importante de
se ver no início do filme é: “Based in novel by (...)”. A primeira vez que vi
“A Ilha do Medo”, notei tal inscrição e fui procurar Dennis Lehane. Passou três
anos até encontrar uma edição viável para a compra e não me arrependo de ter
gasto uns R$ 40,00 no livro. “Paciente 67” não fica no clássico policial. Vai
muito além, mexendo com o seu interior, colocando aquela pergunta que todo
livro deveria impor ao leitor: e se acontecesse com você? Nem todos conseguem e
reconheço Lehane como um grande escritor. Importando discussões importantes
como a psiquiatria e o tratamento de doentes mentais, trazendo o sentimento
destrutivo de soldados da II Guerra Mundial e, claro, o ambiente depressivo de
uma ilha e seu hospital.
Não é o tipo de livro
para sentir medo, mas para sentir-se mal. Tive que, em duas oportunidades,
parar a leitura porque achei estar passando mal. Uma vez foi próximo da página
280 em que Lehane descreve a sensação da enxaqueca de Teddy – pensei que eu
estava sentindo a enxaqueca -. A segunda vez foi ao final do livro, quando
Teddy sonha e se pune pela morte da mulher e filhos. A narrativa é tão profunda
que parece te fazer entrar na pele de Teddy como se o leitor tivesse cometido
tais atrocidades.
A verdade também é uma
discussão permanente. Teddy acha que é Teddy por 290 páginas do livro e
convence muitos de que há um complô contra ele. Até tudo virar e nas 50 páginas
restantes, te convencer que Teddy é Andrew. O Dr. Cawley, um personagem
completo para mim, chega a falar disso. Por ele, alimentaria a fantasia de
Teddy para o resto de sua vida, para lhe dar paz, mas Teddy é um paciente muito
violento e quase impossível de ser controlado. Até onde é necessário manter uma
“verdade” para cultivar um bem maior? Ou então, para os pacientes de Ashecliff,
o que é a verdade ou a realidade? Quando Teddy e Chuck entrevistam os
pacientes, procurando pistas sobre Rachel, cada um possui suas características
de loucura e uma própria “verdade”. Um ponto de vista. Um livro sensacional que
deve ser lido e discutido. Parabéns a Dennis Lehane!
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