segunda-feira, 26 de outubro de 2015

5 Influências de "Galveston" em "True Detective"

Não é somente porque o livro e a série são de Nic Pizzolatto. “Galveston” lançado em 2010 tinha uma outra proposta. Entretanto, ao ler a obra e ver duas temporadas de “True Detective”, as aparências e as linhas de gênero ficam evidentes. Em ambos, o autor teve êxito, sem dúvida. - Se você quiser ler a sinopse de "Galveston", pode acessar clicando aqui -

1 - De New Orleans à Galveston
É uma longa jornada percorrida pelo protagonista Roy Cady e os ambientes são os mais descritos pelo autor. Não só por isso... Louisiana e Texas, assim como a primeira temporada de “True Detective”. Pântanos, bares com música country, as usinas e as cidades impregnadas de uísque e drogas. Aquilo dá uma boa explicação do porquê Nic começou a série pela Louisiana.



2 - Roy ou Rust?
Roy Cady é tão seco e frio quanto Rust Cohle. E, no momento de exaltação, chega ao nível de Martin Hart. Os protagonistas de “True Detectives” são as personalidades de Roy. Quando há uma descrição de Cady, ele lembra Matthew McConaughey em “Dallas Buyers Club”, com chapéu de cowboy, cabelo comprido e óculos de aviador. Quem pensa que para por aí, Rocky, a personagem principal, se assemelha fisicamente com Ani Bezzerides, protagonista da segunda temporada.

3 - Mais uma Máfia
Nada de macarrão italiano ou tequila mexicana. Assim como na segunda temporada de “True Detective”, quem manda na parada são os eslavos. Stan Ptitko é o chefe de um grupo do leste europeu que manda em New Orleans e em Roy Cady, até um atentado e a fuga para Galveston.





4 - Bonecos de Lata
Não basta apenas personalidade para provar que um influenciou o outro? Então vamos aos detalhes. Roy tem uma coleção de bonecos feito de latinhas de cerveja em seu trailer e ainda dirige uma Ford F150, assim como Rust Cohle. Até os faróis não estão funcionando direito. Foi aquele momento em que o leitor aponta e diz: “já vi isso em algum lugar. Opa, pera...”



5 - De 1987 à 2008

A temporalidade faz parte do livro e da série. Rust e Marty contam o que fizeram em 1995 e 2002, estando em um presente marcado como 2012. Roy Cady recupera lembranças de 1987 quando é perseguido por um Jaguar preto ao longo de 2008. Finalmente, como em “True Detective”, passado e presente se encontram também em “Galveston”.






Em um livro repleto de detalhes sobre cidades da Louisiana e do Texas, Nic Pizzolatto faz do livro uma série - ou ao contrário -. Galera, lembrando sempre à vocês que estão começando a ler o blog: Os novos posts estão disponíveis todas as segundas-feiras. Para ler a sinopse de “Galveston”, basta clicar aqui. Dê um like, se você acessou esse link pelo Facebook, e compartilhe nas redes sociais as postagens. Se você souber de mais algum fato relevante de “True Detective” e “Galveston”, tem outro ponto que influenciou as histórias ou quiser dar sua opinião, deixe nos comentários. Abraço galera e a Livraria Network agradece!

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

10 Fatos que "Paciente 67" explica "A Ilha do Medo"

Até onde o medo e a verdade levam à psicose? Nesse post, a Livraria Network dá o seu parecer, de acordo com o livro, completando com as bases do filme. Usaremos o nome ‘Teddy Daniels’ para o personagem de Leonardo DiCaprio e ‘Andrew Laddies’ para o bandido a quem Teddy e Chuck procuram na ilha – retirando os itens 9 e 10 -. Os fatos estão em ordem cronológica perante “A Ilha do Medo” e possuem SPOILERS:

1 - O Diário de Sheehan
O prólogo inicia com alguém que está prestes a escrever uma história que jamais deveria ou poderia esquecer. Isso deixa claro que o personagem narrador não Teddy, Cawley ou o autor-observador, mas sim, o Dr. Lester Sheehan. Esse ponto é crucial para sabermos que é um ponto de vista, acrescentando importância ao item 9.




2 - Cawley e os Apelidos
Em uma das primeiras conversas entre Teddy e o Dr. John Cawley, uma pista faz o leitor suspeitar que há algo errado. Cawley pergunta por que o Oficial Chuck tinha esse apelido. Chuck responde que se chamava Charles. Depois, ele faz o mesmo questionamento a Teddy, sendo que o seu nome é Edward: “Acho estranho isso. Não existe ‘T’ em Edward”. Essa situação parece irrelevante, mas é uma das provas para o final do livro ser confirmado com a Regra dos 4.

3 - A Fuga ou Apenas uma Encenação
O motivo pelo qual Teddy e Chuck estão em Shutter Island é simples: achar a paciente Rachel Solando. Os fatos que se apresentam tanto no livro quanto no filme são impossíveis. Ao longo da investigação, o leitor tem a tendência a levar a sério aquela investigação até que Rachel é encontrada sã e salva. Notavelmente, a encenação de uma fuga é concluída, dando início a outra investigação. O livro mostra a quantia imensa de detalhes e coloca na cara que aquilo tudo é uma invenção bem forjada. 

4 - A Regra dos 4
Embaixo de uma lajota solta, está um papelzinho escrito: “A Regra dos 4, Quem é o paciente 67?”. Quem acha é Teddy, no filme. No livro, a pista é um tanto maior e mais elaborada:



A Lei dos 4
Sou 47
Eles eram 80
+você é 3
Somos 4
Mas
Quem é 67?
Tudo isso, entre pistas decifráveis e leis matemáticas, levará Teddy ao farol. O papelzinho tinha esta importância e foi encontrada por Cawley. 

5 - Um Suicida
A conversa mais reveladora para o desfecho da história acontece no meio do livro entre Teddy e Cawley. No filme, durante a tempestade, Teddy sente uma enxaqueca fortíssima, toma algumas pílulas que Cawley oferece e acorda no abrigo dos serventes. No livro, Teddy acorda no escritório de Cawley e a conversa entre os dois revela que Teddy possui uma tendência suicida. Teddy diz que preferia, todos os dias, morrer ao ter que viver sem Dolores, sua mulher. Tal observação só é relevante lá no final, ou no nosso item 10.

6 - George Noyce:
Depois do furacão e dos xerifes invadirem o forte – ou pavilhão C -, o encontro de Teddy com George Noyce é o início da pergunta do item 9. A partir dali, o autor cria uma forte dualidade na história, fazendo o leitor pensar: será mesmo que estão tentando enlouquecer Teddy? Será que alguém é confiável? George Noyce revela que tinha saído de Ashecliff e que foi enviado de volta. Que ninguém conseguia sair e que tinha levado uma surra de Andrew Laeddis, a quem Teddy procura. Laeddis incendiou o apartamento com a mulher de Teddy dentro.

7 - Rachel Solando da Falésia:
Ao se perder de Chuck, Teddy sobe uma das falésias e encontra uma mulher que se diz a verdadeira Rachel Solando que tanto procuram. Na verdade, essa personagem inspira a loucura de Teddy ou o “Teddy reprimido”. Rachel fala tudo que Teddy gostaria de ouvir sobre as operações nazistas, as lobotomias e que as pessoas que entravam na ilha jamais sairiam. Os vácuos que ela deixa perante Teddy são: o tempo que o xerife passa sem comer, questionamentos sobre os sonhos estranhos – como ela poderia saber? -, seus argumentos baseados em experimentos militares – Teddy era militar – e a indicação de que ele encontraria tudo no farol.

8 - Os Sonhos e Dolores:
Certamente, a personagem de maior poder é Dolores Chanal e os sonhos mirabolantes de Teddy. A partir do momento que Teddy começa a procurar Laeddis, Dolores é como uma voz em sua cabeça que o conduz. Ela diz para subir o penhasco e falar com a “verdadeira Rachel”, a não querer leva-lo para o farol e outros pontos em que a loucura de Teddy fica evidente. Além disso, os sonhos fazem parte de um delírio cíclico. Ao longo que Teddy consegue mais pistas, os sonhos ficam mais complexos e ditam o próximo movimento a tomar.

9 - Verdade ou Mentira?
A questão que todos se perguntam é: Teddy era louco ou não? Era! São mais de 30 páginas em que os doutores Sheeran e Cawley tentam provar para Teddy Daniels que ele é Andrew Laeddis. Eles revelam como e por quê fizeram todo o teatro, assim como no filme, mas com mais detalhes. Um deles, que não fica claro no filme, é que Teddy sempre falava da tempestade. Cawley e Sheeran esperaram que alguma tempestade se aproximasse para dar realidade à fantasia de Teddy. Outro ponto é a conversa com Noyce. Cawley tem a transcrição da conversa e Noyce alega que ele, Andrew Laeddis quem o bateu, e não por causa de Teddy. Ao longo do livro e no penúltimo capítulo, são notáveis a neurose e a psicose de Teddy. O sonho da revelação que Dolores assassinou os três filhos também é descrita no livro de forma muito forte.

10 - Cura ou Regressão?
Essa foi a questão mais debatida no filme e no livro. Ele realmente acreditou na história ou regrediu como os doutores não queriam. O livro não esclarece tal fato veementemente. Entretanto, mostra dois pontos muito forte a favor da cura: Teddy amava Dolores acima de tudo, inclusive da neurose de sua mulher, a ponto de matá-la para não vê-la sofrer. E também, Teddy tinha uma tendência suicida, como descrita no item 5. Por isso, o filme de Scorsese faz um final espetacular. No último diálogo, Teddy fala para Sheeran: “Isso me faz pensar. O que é pior? Viver como um monstro ou morrer como um homem bom?”. A conclusão deixa aquele “céu nublado”: teria ele inventado uma nova regressão somente para ser operado e não viver curado com a culpa das mortes na consciência?

O livro de Dennis Lehane foi além de qualquer expectativa de outros livros policiais, assim como a adaptação de Scorsese. Quem não sentiu um frio na espinha com tais assuntos, desde a loucura até a dúvida sobre a verdade? Galera, lembrando sempre à vocês que estão começando a ler o blog: Os novos posts estão disponíveis todas as segundas-feiras. Para ler a sinopse de “Paciente 67”, basta clicar aqui. Dê um like, se você acessou esse link pelo Facebook, e compartilhe nas redes sociais as postagens. Se você souber de mais algum fato relevante de “A Ilha do Medo” e “Paciente 67”, tem outra versão dos fatos sobre a história ou quiser dar sua opinião, deixe nos comentários. Abraço galera e a Livraria Network agradece!

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

5 Coisas que fará você ler “O Chefão”

Qual a pessoa que nunca assistiu “O Poderoso Chefão”? Só eu, devo ter visto uma centena de vezes. Entretanto, são raras as pessoas que leram o livro que fez com que esse clássico do cinema ganhasse vida. A obra consagrada de Mario Puzo, “O Chefão”, guarda muitos anexos que o filme não mostra e que interessa àqueles fanáticos pela família Corleone.

        1 - Quem é Genco Abbandando?


Em uma discussão acirrada no meio do filme, Sonny Corleone diz a seguinte frase para o consiglieri Tom Hagen: “Meu pai tinha Genco e olha o que me sobrou!”. Mas quem é Genco? No livro, após o casamento, Vito Corleone e os filhos vão até o hospital visitar o tal Genco Abbandando. O homem, no final de sua vida, é o amigo mais antigo de Vito e seu antigo consiglieri. Foi o pai de Genco que lhe deu o primeiro emprego em Nova York e, no livro, a cena em que Genco e Vito se encontram no quarto de hospital chega a ser emocionante, em que o escritor dá ênfase na importância da amizade entre os dois.

2 - O Sexo quase explícito

Engana-se aquele que pensa num texto contido e com muitas normas por causa da época em que foi escrito - 1969 -. Mario Puzo não teve nenhum problema, em duas vezes, expôs texto de sexo abertamente, relatando o ato de uma forma bastante detalhista. A cena em que Sonny Corleone leva Lucy Mancini para um quarto durante o casamento e a noite de núpcias entre Michael Corleone e Apollonia ocupam quase duas páginas com um relato ora romântico, ora explícito do sexo. Cenas calientes!!


             3 - O capítulo de Lucy Mancini


Como disse acima, Lucy era a amante de Sonny, uma das madrinhas do casamento e aparece muitas vezes no filme. Puzo colocou ela em um capítulo após a morte de Sonny, em Las Vegas, com outro homem e fazendo uma introdução à expansão dos Corleones para a cidade. O capítulo também apresenta outros personagens secundários e deixa uma quebra de veracidade com o terceiro filme: O personagem de Andy Garcia, em “O Poderoso Chefão – Parte III” não poderia existir porque Lucy não estaria grávida de Sonny. “Perguntou-lhe (Tom Hagen) se estava grávida, julgando ter sido esse o motivo porque ela tomava pílulas. Lucy respondeu negativamente”. Pode parecer de pouca importância este capítulo, mas para a história de “O Chefão” é importantíssimo, mostrando um Freddie Corleone de mais fibra, Johnny Fontane mais sério e Tom Hagen com as rédeas da família nas mãos.


             4 - Noção de temporalidade


O tempo passa! As poucas partes em que o filme mostra isso é a evolução de vestimenta, a velhice de Vito e Michael, e as inúmeras perguntas por quanto tempo Michael teria que ficar resguardado na Sicília. “O Chefão” expande esse quesito. São 10 anos entre o casamento e a reunião pós-assassinatos com Don Michael Corleone. Michael passa aproximadamente dois a três anos na Sicília, Sonny fica como chefe da família por mais de três anos, assim como a lenta recuperação de Vito Corleone. Agora dá para entender a grande ignorada que Michael deu em Kay Adams, quase metade do livro.


             5 - A importância suprema de Tom Hagen


Quem vê o personagem de Robert Duvall no filme não dá muito crédito. É preciso ler o quão importante é o novo consiglieri no livro. Os capítulos, após o casamento, são divididos em personagens principais e, na maioria deles, Tom Hagen é a chave para muitos dos atos – ou não – de Sonny Corleone, os negócios em Las Vegas, o envio de Michael para a Sicília e em pontos mais detalhistas, mas não menos importantes, como a proteção de Lucy Mancini, Johnny Fontane e Kay Adams durante a guerra das máfias, a reunião entre as famílias italianas e muitos dos desfechos em que Michael não podia confiar em mais ninguém, a não ser Tom, como o assassinato de Salvatore Tessio e Carlo Rizzi.


A história de Puzo atravessa gerações através do olhar de Coppola. Mas hão de convir que, sem Puzo, o maior filme de todos os tempos não existiria. Lembrando sempre ao pessoal que está começando a ler o blog que podem acompanhar todas as segundas-feiras os novos posts. Para ler a sinopse de “O Chefão”, basta clicar aqui. Dê um like, se você acessou esse link pelo Facebook, e compartilhe nas redes sociais as postagens. Se você souber de mais algum fato relevante de “O Chefão” que não está em “O Poderoso Chefão” ou quiser dar sua opinião, deixe nos comentários. Abraço galera e a Livraria Network agradece!

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

5 Pontos entre “E Não Sobrou Nenhum” e “Jogos Mortais”

Poucos conhecem “E Não Sobrou Nenhum”, de Agatha Christie. O nome original é “O Caso dos Dez Negrinhos” - agora sabem do que estou falando -, hoje considerado título pejorativo. A obra publicada em 1940 é um romance de mistério que traz um contexto mais psicológico e psicótico do que a usual caça ao assassino por um detetive, especialidade de Christie. Por isso, lembrei-me de Jogos Mortais...

1 – Mr. Jigsaw ou Mr. Owen
Quem seria pior? Alguém te colocasse numa armadilha ou alguém que o convidasse para uma armadilha? Mr. Jigsaw, o palhacinho maroto, que colocou dois homens dentro do banheiro imundo é psicótico e quer que suas vítimas se sacrifiquem para dar “valor à vida”. Mr. Owen é um anfitrião muito bacana que convoca dez pessoas para seu casarão numa ilha, decidindo não aparecer e ditar, em alto e bom som, o que cada um dos seus convidados havia feito de errado e que a lei não conseguiu condenar durante suas vidas.

2- Um banheiro imundo ou uma ilha deserta
Engana-se quem escolheria uma ilha deserta sem acesso ou comunicação ao continente é mais voluntariosa e aconchegante. Imagine que o assassino pode estar à solta entre você e os outros nove integrantes da casa – ou podendo ser um dos integrantes da casa -. Talvez o quarto escuro seria a opção mais segura. Mas opções, as vítimas de Jogos Mortais não possuem. Enquanto tocam a fita e ouvem aquele celular, estão presos com grandes correntes em canos. Se alguma coisa cair do teto, não haveria sequer opção de sobrevivência.

3 – Culpa prévia ou Remorso
Aquele bullying que você cometeu um dia, ele pode te levar até a Ilha do Negro. Os dez convidados de Mr. Owen amargaram, ao longo da história, o que fizeram com outras pessoas. Alguns tiveram mais tempo e outros menos. No banheiro de Mr. Jigsaw é o “matar ou morrer”, enquanto algo ruim acontece lá fora ou ali mesmo. Esses malucos psicóticos!

4 – O Crime Perfeito
Ambos são exímios crimes perfeitos. O que você faz na situação de Larry ou Adam vendo aquele corpo ensanguentado e tocando em pertences alheios? O menor dos seus problemas é saber ou acusar Jigsaw – até porque, qual é o nome verdadeiro dele? -. Para os dez “negrinhos”, independente do que aconteça na casa, a maior vontade é sair da ilha. A tensão é evidente e faz o coração sair pela boca. Mas as provas são muito mais incriminadoras aos convidados.

5 – Agonia ou Tensão
Além de ambos serem de gêneros diferentes, Jogos Mortais lida com aquele terror de agonia, fazendo o espectador se reprimir na frente da TV com um homem se cortando ou decepando um membro. Para o leitor de E Não Sobrou Nenhum, a confusão mental e a tensão de um assassinato atrás do outro levam a uma “psicose” fictícia. Entretanto, ambos são frutos de uma ligação de vítima-executora, tendo relapsos de culpa, hesitação, histeria e raiva.

Lembrando sempre ao pessoal que está começando a ler o blog que podem acompanhar todas as segundas-feiras os novos posts. Para ler a sinopse de "E Não Sobrou Nenhum/ O Caso dos Dez Negrinhos, basta  clicar aquiDê um like, se você acessou esse link pelo Facebook, e compartilhe nas redes sociais as postagens. Se você quiser dar sua opinião, deixe nos comentários. Abraço galera e a Livraria Network agradece!