segunda-feira, 19 de outubro de 2015

10 Fatos que "Paciente 67" explica "A Ilha do Medo"

Até onde o medo e a verdade levam à psicose? Nesse post, a Livraria Network dá o seu parecer, de acordo com o livro, completando com as bases do filme. Usaremos o nome ‘Teddy Daniels’ para o personagem de Leonardo DiCaprio e ‘Andrew Laddies’ para o bandido a quem Teddy e Chuck procuram na ilha – retirando os itens 9 e 10 -. Os fatos estão em ordem cronológica perante “A Ilha do Medo” e possuem SPOILERS:

1 - O Diário de Sheehan
O prólogo inicia com alguém que está prestes a escrever uma história que jamais deveria ou poderia esquecer. Isso deixa claro que o personagem narrador não Teddy, Cawley ou o autor-observador, mas sim, o Dr. Lester Sheehan. Esse ponto é crucial para sabermos que é um ponto de vista, acrescentando importância ao item 9.




2 - Cawley e os Apelidos
Em uma das primeiras conversas entre Teddy e o Dr. John Cawley, uma pista faz o leitor suspeitar que há algo errado. Cawley pergunta por que o Oficial Chuck tinha esse apelido. Chuck responde que se chamava Charles. Depois, ele faz o mesmo questionamento a Teddy, sendo que o seu nome é Edward: “Acho estranho isso. Não existe ‘T’ em Edward”. Essa situação parece irrelevante, mas é uma das provas para o final do livro ser confirmado com a Regra dos 4.

3 - A Fuga ou Apenas uma Encenação
O motivo pelo qual Teddy e Chuck estão em Shutter Island é simples: achar a paciente Rachel Solando. Os fatos que se apresentam tanto no livro quanto no filme são impossíveis. Ao longo da investigação, o leitor tem a tendência a levar a sério aquela investigação até que Rachel é encontrada sã e salva. Notavelmente, a encenação de uma fuga é concluída, dando início a outra investigação. O livro mostra a quantia imensa de detalhes e coloca na cara que aquilo tudo é uma invenção bem forjada. 

4 - A Regra dos 4
Embaixo de uma lajota solta, está um papelzinho escrito: “A Regra dos 4, Quem é o paciente 67?”. Quem acha é Teddy, no filme. No livro, a pista é um tanto maior e mais elaborada:



A Lei dos 4
Sou 47
Eles eram 80
+você é 3
Somos 4
Mas
Quem é 67?
Tudo isso, entre pistas decifráveis e leis matemáticas, levará Teddy ao farol. O papelzinho tinha esta importância e foi encontrada por Cawley. 

5 - Um Suicida
A conversa mais reveladora para o desfecho da história acontece no meio do livro entre Teddy e Cawley. No filme, durante a tempestade, Teddy sente uma enxaqueca fortíssima, toma algumas pílulas que Cawley oferece e acorda no abrigo dos serventes. No livro, Teddy acorda no escritório de Cawley e a conversa entre os dois revela que Teddy possui uma tendência suicida. Teddy diz que preferia, todos os dias, morrer ao ter que viver sem Dolores, sua mulher. Tal observação só é relevante lá no final, ou no nosso item 10.

6 - George Noyce:
Depois do furacão e dos xerifes invadirem o forte – ou pavilhão C -, o encontro de Teddy com George Noyce é o início da pergunta do item 9. A partir dali, o autor cria uma forte dualidade na história, fazendo o leitor pensar: será mesmo que estão tentando enlouquecer Teddy? Será que alguém é confiável? George Noyce revela que tinha saído de Ashecliff e que foi enviado de volta. Que ninguém conseguia sair e que tinha levado uma surra de Andrew Laeddis, a quem Teddy procura. Laeddis incendiou o apartamento com a mulher de Teddy dentro.

7 - Rachel Solando da Falésia:
Ao se perder de Chuck, Teddy sobe uma das falésias e encontra uma mulher que se diz a verdadeira Rachel Solando que tanto procuram. Na verdade, essa personagem inspira a loucura de Teddy ou o “Teddy reprimido”. Rachel fala tudo que Teddy gostaria de ouvir sobre as operações nazistas, as lobotomias e que as pessoas que entravam na ilha jamais sairiam. Os vácuos que ela deixa perante Teddy são: o tempo que o xerife passa sem comer, questionamentos sobre os sonhos estranhos – como ela poderia saber? -, seus argumentos baseados em experimentos militares – Teddy era militar – e a indicação de que ele encontraria tudo no farol.

8 - Os Sonhos e Dolores:
Certamente, a personagem de maior poder é Dolores Chanal e os sonhos mirabolantes de Teddy. A partir do momento que Teddy começa a procurar Laeddis, Dolores é como uma voz em sua cabeça que o conduz. Ela diz para subir o penhasco e falar com a “verdadeira Rachel”, a não querer leva-lo para o farol e outros pontos em que a loucura de Teddy fica evidente. Além disso, os sonhos fazem parte de um delírio cíclico. Ao longo que Teddy consegue mais pistas, os sonhos ficam mais complexos e ditam o próximo movimento a tomar.

9 - Verdade ou Mentira?
A questão que todos se perguntam é: Teddy era louco ou não? Era! São mais de 30 páginas em que os doutores Sheeran e Cawley tentam provar para Teddy Daniels que ele é Andrew Laeddis. Eles revelam como e por quê fizeram todo o teatro, assim como no filme, mas com mais detalhes. Um deles, que não fica claro no filme, é que Teddy sempre falava da tempestade. Cawley e Sheeran esperaram que alguma tempestade se aproximasse para dar realidade à fantasia de Teddy. Outro ponto é a conversa com Noyce. Cawley tem a transcrição da conversa e Noyce alega que ele, Andrew Laeddis quem o bateu, e não por causa de Teddy. Ao longo do livro e no penúltimo capítulo, são notáveis a neurose e a psicose de Teddy. O sonho da revelação que Dolores assassinou os três filhos também é descrita no livro de forma muito forte.

10 - Cura ou Regressão?
Essa foi a questão mais debatida no filme e no livro. Ele realmente acreditou na história ou regrediu como os doutores não queriam. O livro não esclarece tal fato veementemente. Entretanto, mostra dois pontos muito forte a favor da cura: Teddy amava Dolores acima de tudo, inclusive da neurose de sua mulher, a ponto de matá-la para não vê-la sofrer. E também, Teddy tinha uma tendência suicida, como descrita no item 5. Por isso, o filme de Scorsese faz um final espetacular. No último diálogo, Teddy fala para Sheeran: “Isso me faz pensar. O que é pior? Viver como um monstro ou morrer como um homem bom?”. A conclusão deixa aquele “céu nublado”: teria ele inventado uma nova regressão somente para ser operado e não viver curado com a culpa das mortes na consciência?

O livro de Dennis Lehane foi além de qualquer expectativa de outros livros policiais, assim como a adaptação de Scorsese. Quem não sentiu um frio na espinha com tais assuntos, desde a loucura até a dúvida sobre a verdade? Galera, lembrando sempre à vocês que estão começando a ler o blog: Os novos posts estão disponíveis todas as segundas-feiras. Para ler a sinopse de “Paciente 67”, basta clicar aqui. Dê um like, se você acessou esse link pelo Facebook, e compartilhe nas redes sociais as postagens. Se você souber de mais algum fato relevante de “A Ilha do Medo” e “Paciente 67”, tem outra versão dos fatos sobre a história ou quiser dar sua opinião, deixe nos comentários. Abraço galera e a Livraria Network agradece!

3 comentários:

  1. Não li o livro e não assisti ao filme, mas fiquei muito curiosa, com desejo de ler e assistir!!!! Bela postagem, Fenando!

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  2. Ainda não entendi se George Noyce foi uma pessoa real na vida de Teddy ou se ele tbm foi uma alucinação.

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  3. E eu que não entendi nada com nada desse filme kkkkkkkk
    Assisti duas vezes e nas duas fiquei confusa

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